fotografa:Carla Mielke Jenrich
A Teoria da Firma é um conceito criado pelo economista britânico Ronald Coase, em seu artigo The Nature of
the Firm, de 1937. Coase explica que as “firmas” são organizadas para atuarem nos mercados, com o
objetivo de diminuir os custos de transação que são os incorporados por terceiros nas negociações
econômicas do mercado (custos de informações, custos contratuais etc.). Em outras palavras, para o criador
dessa Teoria, os agentes econômicos não atuam diretamente no mercado, as empresas são criadas e
estruturadas para tanto. 1
Nesse particular, Rachel Sztajn registra que:
“Diferentes técnicas são empregadas pelos agentes econômicos para exercer domínio sobre a informação e
o conhecimento disseminados em ambiente social que muda rapidamente. Por isso, para superar essas
dificuldades, reduzir riscos e custos inerentes à produção de bens e serviços destinados a mercados, os
agentes optam por criar uma outra estrutura, destinada a facilitar o tráfico negocial, organização essa que é a
empresa, estrutura hierárquica em que se procura harmonizar esses diversos interesses, ao mesmo tempo
em que se diminuem custo de transação.” 2
A partir dessa concepção foi construída a Teoria da Firma que estuda o comportamento da unidade do setor
da produção. Ela procura explicar a forma de proceder da sociedade empresária quando esta desenvolve a
sua atividade produtiva, para a produção de bens ou de serviços com mais eficiência. O mercado é o
ambiente virtual onde acontecem as negociações contratuais, a circulação de bens, a celebração de
contratos entre sociedades e entre consumidores e sociedades para a aquisição de bens.
Para atuar diretamente no mercado, há logicamente os custos de transação. Por isso, depender
exclusivamente dele para realizar as trocas econômicas não é eficiente; mormente porque há momentos em
que haverá escassez de alguns dos necessários fatores de produção. Por exemplo, de uma mão-de-obra
para se realizar um trabalho específico ou de uma matéria-prima especial. Por isso, há necessidade de se
organizar “firmas”. Nesse contexto, Ronald Coase apud Rachel Sztajn explica que:
“[...] firmas, como instituição de aprovisionamento para facilitar o fornecimento de bens e serviços nos
mercados, são resultado da procura de mecanismos de redução dos custos de transação, custos estes
incorridos para ir ao mercado oferecer ou procurar bens e serviços, afirmando que as firmas, empresas
“perhaps the most important adaptation to the existence of transaction costs”.3
Em outras palavras, Rachel Sztajn destaca que “a firma permite centralizar, organizar a produção, e com isso
se reduzem os custos de ir a mercados; as firmas crescem, expandem-se, até que a economia obtida entre o custo de realizar ou organizar qualquer operação internamente seja superior ao custo de realizar a mesma
operação via mercados”. 4
Assim, pode-se dizer que há duas opções de se realizar negociações econômicas: (i) diretamente no
mercado e (ii) organizando sociedades empresárias.